segunda-feira, 15 de julho de 2013

Assis de Francisco

Ah, essa é uma cidade que sempre me deixa nutrida quando nela estou. É impressionante como um homem que seguiu o Chamado consegue reunir em torno de sua cidade tanta diversidade, de cores, de religiões, de cultos…uma infinidade de gente curando feridas da alma através do olhar generoso e a vida santa de Francisco e Clara. E é digno ver as mensagens deixadas por ele em relação aos elementos da natureza e seus votos de obediência, pobreza e castidade. Incoerente ver a riqueza gerada e a rigidez em relação àqueles e aquelas que Francisco defendeu tanto, os pobres e os animais, pelos religiosos locais, mas…como se diz  sabiamente "pelos santos se beijam as pedras…" E lá estava eu mais uma vez com um grupo muito belo, caminhando, orando, cantando, tocando tambor e meditando. Mais uma vez me nutrindo nos campos do amor e da renuncia.

Cidade Mítica

No final da nossa estadia na Inglaterra não podíamos deixar de viver as indecifráveis pedras de Stonehenge e ir à mágica cidade de Glastonburry, onde o mito de Avalon se faz presente. Presenças invisíveis de um tempo distante,  se apresentam vivos, onde o que chamo realidades paralelas se penetram e podemos quebrar a ilusão da separatividade. Ultrapassamos os portais da mente cotidiana e podemos viajar nas asas do pássaro sagrado. Em Glastonburry fui subindo o monte de Tor em fina oração ao encontro da espada ali fincada. Lá encima, o poderoso vento vindo dos mares soprava forte clareando mentes e caminhos. Sentei nas pedras e pude ver a barriga da minha mãe Terra grávida da avó Água, fonte que vai direto ao mar não sem antes abastecer as fontes sagradas onde repousa o cálice sagrado da Deusa. Poesia vivida, tempos imemoriais gravados em cada célula do meu corpo. Estava ali, bebendo literalmente da fonte cristalina, meu olhar, minha vida banhados pela história dos meus ancestrais. Tempo e Espaço, unidades da minha alma.