domingo, 22 de julho de 2012

Cura e Luz

Acordei cedinho e fui meditar sobre a última das jornadas que realizei aqui na Alemanha. Dentro das florestas cheias de pinheiros e álamos antigos…caminhar por ali, sem medos de assaltos, de violências ou de quaisquer tipo de ameaças me fazia sentir o relaxamento que meu corpo usufruía. Podia sentir o silencio e a unidade e sentar embaixo das árvores antigas. O grupo era composto por pessoas que desejavam mergulhar em si buscando o grande poder da libertação das amarras que nos são impostas pelas inúmeras experiências que atravessamos nessa vida e pelos zilhões de conceitos que nos são impostos no cotidiano. Fizemos o bastão de poder, o consagramos `a Deusa Mãe e iniciamos nossa espiral de cura. Cada pessoa daquela ofertava `a espiral seu desejo e seu impedimento. Desejos da alma, desejos do imaculado coração. Impedimentos criados pelos medos, confusões e prisões, fantasmas de uma vida. Aos poucos começamos a decodificar, com paciência iniciamos nosso mergulho. As horas foram passando e em três dias viajamos pela eternidade, pelo sem tempo. Ao final a cabana da purificação realizava a tarefa de fazer rebrotar a semente antes adormecida. Uma benção poder realizar o serviço bendito da cura através da consciência plena de cada pessoa, de cada luz que emanava do interior de cada alma ali presente.

Menopausa

Jovem ainda escutava falar dessa fase e não compreendia o que se passava com as mulheres. Algumas, do campo, diluíam seus questionamentos nos confessionários que `a época haviam e os padres coitados que nunca haviam passado por isto incentivavam as mulheres a orarem e fazerem penitencia, outras simplesmente aceitavam com humor e saúde a nova fase. Era o ciclo normal da vida.Na cidade, capital cheia de novidades, os bons médicos/as aconselhavam as suas clientes a fazerem exercícios específicos e explicavam o significado daquela fase. E tudo ia passando. Afinal a era do consumo não era tão determinante e a beleza era poder sorrir e o olho brilhar.Atualmente já nessa fase, com meus 59 anos bem vividos começo a compreender melhor e me sinto um pouco estranha, mais livre, mais dona de minhas ações e de minha vida.Muitas vezes recordo que quando ganhei minha menstruação aos doze anos me senti assim também, estranha , mas podendo tanta coisa! Inclusive conceber. Hoje posso conceber meus sonhos, planejar os anos que me restam e a realização sem culpas de desejos da minha alma.